terça-feira, 13 de abril de 2010

Uma questão de vida e de morte



Um dos temas mais polêmicos e controversos da atualidade é a eutanásia. Esta prática, que consiste em abreviar a vida de um enfermo cuja reabilitação é descartada, visa atenuar um sofrimento de modo geral, no entanto, também resgata princípios médicos, religiosos e legislativos que abalam, de certa forma, a sociedade.

Na Grécia Antiga, Sócrates apoiava a morte de um individuo desde que fosse produto de uma doença grave. Em contra partida, Hipócrates era totalmente antagônico, tanto que em seu juramento, que é professado até os dias atuais pelos médicos, asseverava: “Eu não darei qualquer droga fatal a uma pessoa se me for solicitado, nem sugerirei o uso de qualquer um desse tipo”. Todavia, é este mesmo médico que deve realizar ou supervisionar a eutanásia nos países em que o procedimento é legalizado. Isso evidencia uma contrariedade e em função disso, muitos profissionais não aprovam o evento, já que também estão sujeitos a erros de diagnósticos e futuros avanços que podem mudar um laudo.

Outro ponto relevante, é que as três maiores religiões do mundo são contra a eutanásia. Para o Islã, a morte assistida é crime, consequentemente pecado. O Judaísmo por sua vez, juntamente como Cristianismo consideram absurdo o homem ter o poder de controla a vida e a morte, pois essa é uma tarefa restritamente divina. Tais aspectos merecem enorme relevância, já que são as religiões que, na maior parte das vezes, orientam a sociedade e estas também servem de respaldo para muitas opiniões.

Já no âmbito jurídico, esta prática milenar não é mencionada na Constituição Federal nem no Código Penal. Portanto, legalmente o Brasil não possui casos de eutanásia, quando algo similar ocorre denomina-se suicídio ou homicídio. Devido a este fato, o não previsto direito de morte é praticado ilegalmente. Ora, então porque não aprovar tal procedimento?Ocorre, todavia, que a Constituição que através do art1° I e III, prevê “a soberania” e a “dignidade da pessoa humana”, e com isso, acaba respaldando a eutanásia, é a mesma que reconhece através do art5°III a inviolabilidade da vida, conseguintemente a inconstitucionalidade desta prática.


Dessa forma, constata-se que as demandas desta legalização vão além de uma reestruturação constitucional e médica, pois envolve a toda uma sociedade que, na maior parte das vezes, dependerá de um sistema de saúde precário que, por vezes, não assegura a dignidade devida. Então até onde um cidadão poderá acreditar de fato, que não está sendo vítima de uma política oportunista, que visa eliminá-lo, já que o mesmo tornou-se inviável financeiramente para o estado?Logo, evidencia-se que a eutanásia ainda deve ser muito bem estudada antes de uma futura constitucionalização.

5 comentários:

Arnaldo Haddad disse...

Um texto excelente e pertinente
Com toda cereteza esse é um tema muito complicado de se discutir.
Quem dera, ou não, que o Brasil fosse igual a Holanda, muito mais pratico para resolver tais problemas. Fechamos os olhos e quando abrimos novamente a Holanda ja legalizou a maconha, a eutanasia e tudo mais.

Taylane disse...

Eu sou a favor a eutanasia, pois por mais que seja doloroso a perda de um ente da familia, diminuir o sofrimento é a melhor opção nesses casos.

Nathália Sobral disse...

eu naum concordo coma eutanásia.
acho uma falta de respeito com o ser humano e com sigo mesmo.
tirar uma vida de um a pessoa…somente Deus! alias ele tem a soluçaõ para todos os problemas…até para coisas que achamos impossiveis…é só confiar!
por mais que o paciente sofra..que seja doloroso…
ninguem tem o direito de tirar vida de ninguem!!!
isso que eu acho!

Fábio Reis disse...

” Você é um médico e está cuidando de um paciente a dias. A doença é incurável, mas João está lá, numa cama no hospital… Todo dia você trás uma cesta de remédios para ele para que seu organismo não pare de funcionar, fora os 5 tubos no seu rosto. O dia todo ele olha para o teto, as vezes chora… Nesse contexto, ele sempre pede, bem baixinho, chorando, quando está você e ele, no final do dia…’por favor, dê o fim nisso, eu não suporto mais essa dor!’ ”

O que o médico faria numa condição dessas?
Viver não é isso, sem qualidade. Nessas horas, morrer é uma benção.

Anita Dias disse...

tema difícil, nem sei dizer o que penso sobre... ;(