quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mancadas Internacionais 3! O sorvete



Chegar a Israel foi um verdadeiro alivio, depois de 15 horas de viajem. Encontramos o hotel, acomodamos as malas e após o jantar um grupo resolveu conhecer o maravilhoso mar mediterrâneo, até ai tudo correu bem, o que já é bem estranho.

Alguém nos disse: “Vocês tem que tomar o sorvete de Tel Aviv, é muito bom”. Pronto, fomos à procura do tal sorvete, porém algumas pessoas queriam ligar para a família, para avisar que chegaram bem. Eu, obviamente era um desses indivíduos, uma vez que minha querida mamãe disse-me apavorada quando sai de casa: “Quando você chegar liga pra mim, pelo amor de Deus”. Coisa de mãe, pelo menos para a minha isso era normal. E que mãe estaria calma, quando havia acabado de mandar a própria filha para um lugar pacato como o Oriente Médio?Acho que ela estava é com remorso!

Então procurei um telefone público para fazer as minhas ligações, como sempre eu e minha amiga. Avistei um em frente a uma banca de revistas, aproximei-me e tirei o telefone do gancho, porém não consegui usar, parecia não estar funcionando. Eis que para a minha salvação o suposto dono da banca estava vindo em nossa direção, tentei falar com ele, no entanto, ele foi mais veloz que eu. O homem tirou o telefone da minha mão, colocou de volta no gancho, em seguida levantou o aparelho e o levou para dentro de sua loja e a fechou. Eu, atônita olhei para as pessoas que estavam comigo, todos morrendo de rir e eu permaneci sem ação, refletindo sobre educação e derivados.

Por fim achamos outros muitos telefones públicos, fizemos as ligações internacionais e seguimos em direção a sorveteria. Não posso esquecer-me das recomendações estranhas que minha mãe me fez por telefone: “Se você ver um homem batendo em uma mulher com um chicote no meio da rua, não faça nada para defendê-la, isso é normal para esse povo e ainda pode sobrar pra você”, “Cuidado com os homens com roupas muito pesadas, podem ser homens bomba”, “Quando você for entrar em algum lugar sagrado cubra os ombros, para que você não seja apedrejada”...

Na sorveteria tudo parecia sob controle, o sorvete tinha uma cara ótima, uma espécie de pasta bem cremosa, diferente dos do Brasil. O problema e as confusões começaram na hora em que eu fiz a bendita pergunta:

-Você aceita dólar?

O balconista com a maior paciência, o que não duraria muito, chamou seu amigo para traduzir o que eu estava falando. Para a infelicidade dos turistas desenformados eles só aceitavam o shekel, a moeda de Israel. Nos, 11 pessoas, poderíamos muito bem voltar para o hotel e dormir, mas como o tal do brasileiro não desiste nunca, fomos para o hotel e trocamos o dollar pelo shekel. Para os curiosos de plantão 1 dolar vale 3,75 shequeis, percebe-se que trata-se de uma moeda de valor baixo, o que viria a nos confundir mais tarde.

Corremos para o sorvete. Na maior festa todo mundo escolheu o sabor que queria, e ainda pediam para experimentar. No final da bagunça eu fui até o “caixa” e perguntei quanto deu tudo, o rapaz fez as contas e disse, para a sua própria infelicidade:

- 80 shekeis!

Eu naturalmente virei-me e repeti em alto e bom som o que o garoto disse. BastoPreu esse simples gesto para uma das pessoas se manifestarem, não simplesmente uma, A PESSOA que deve ser nomeada, Luciana, a hilária, a responsável pelas melhores mancadas da viagem, e que aparecerá muitas vezes nas postagens. Voltando... ela gritou: Isso tudo? OITENTA?Hã?

Ela só pode ter confundido com a nossa moeda, porque basta fazer as contas que o preço é bem correto. Dividir o 80 por 1,75, e depois dividir o resultado por 11, o número de pessoas. O total desse problema de matemática é de aproximadamente 2,64 dólares para cada um, o que não é nada caro, mas vamos acreditar que a nossa querida Lú se confundiu devido ao excesso de câmbios feitos no dia.

As pessoas começaram a se aproximar, fazendo perguntas para o menino que não estava entendo nada, claro! Ele começou a ficar vermelho e bem nervoso, e eu no meio da bagunça tentava acalmar as pessoas que freneticamente faziam as suas próprias contas, achando os mais variados resultados. Nesse exato momento eu tive a visão de que o próximo inimigo de Israel seria o Brasil, para a felicidade da palestina.A dona Luciana já estava fazendo sinais para o menino, uma verdadeira comedia. Eu peguei a calculadora e fiz as contas, dando o preço exato que cada um deveria pagar.Isso pra mim foi um dos milagres que esqueceram de acressentar na biblia, porque Lara, fazendo conta, so na Terra Santas mesmo. A medida que fui falando os resultados individuais as pessoas foram se acalmando, o rapaz foi voltando ao normal, eu pedi desculpa e ele perguntou se eles, sem contar comigo, eram brasileiros. Eu disse que sim. Entao ele murmurou:

-Agora eu entendo porque todo mundo fala que os brasileiros são loucos, é porque eles realmente são.

Mais uma vez eu fiz a minha reflexão hostil: E o que o mundo pensa dos Israelenses mesmo? Ah sim, que eles são perfeitamente normais, bombas de um lado para o outro, a amizade e o amor caliente, e bota caliente nisso, com a palestina, ai ai.Depois dessa eu me virei e fui direto para o hotel dormir, antes que eu mesma resolvesse bombardear alguém.

3 comentários:

Priscila Nemer disse...

Esse povo só sabe brigar mesmo, não tem jeito. Ainda bem que você se controlou, e se fosse um homem bomba que paradou pra tomar um sorvete? Ponto, ele ia se detonar ali mesmo.
hehe

Babs disse...

hahaha, todo povo é zoado, não tem jeito.

Daiane Santo disse...

Olá! Estou enviando um recado para todos os blogs que eu participo, pois, depois de realizar uma alteração no título e endereço, meu blog não aparece mais as atualizações, portanto, estou pedindo - para quem segue - me adicionar novamente, para solucionar o problema.


Volitando no Universo.

http://volitandonouniverso.blogspot.com/?zx=7730d55692be195e

Obrigada!!